Em ritmo de recuperação, o comércio exterior
do Ceará cresceu expressivamente no primeiro semestre de 2025. De janeiro a
junho deste ano, as exportações cearenses somaram US$ 1,07
bilhão, um crescimento
de 82% em relação ao mesmo período de 2024. É o que apontam
os dados do Ceará em Comex.
O estudo de inteligência comercial é uma
realização do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das
Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).
No mês passado, as vendas externas atingiram US$ 301,53 milhões, com alta de 11,8% sobre
maio e um salto impressionante de 314,4%
na comparação com junho de 2024.
O setor de ferro e aço liderou a pauta
exportadora, ultrapassando a marca de US$ 210
milhões em embarques no mês. Além disso, frutas, calçados,
ceras vegetais e pescados consolidaram a diversidade e a força das exportações
do estado.
Destinos
Entre os principais destinos das exportações
cearenses, os Estados Unidos permaneceram na liderança, com participação de 51,9% e um
crescimento de 184,1% no acumulado do ano. Outros mercados estratégicos também
se destacaram, como França (+303,7%), Reino Unido
(+89,1%), Itália (+77,2%), Países Baixos (+43,5%) e China (+36,6%),
ampliando a presença internacional dos produtos cearenses.
Frente ao grande volume de exportações, o
Ceará é um dos estados brasileiros que mais pode ser afetado pelas tarifas
anunciadas por Donald Trump.
Anunciada pelo presidente dos Estados Unidos
a todos os produtos brasileiros, a tarifa de 50% deverá ter um
impacto proporcionalmente maior
para o agro cearense do que para o agro nacional.
Ao Opinião CE, o presidente da Federação
da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, explicou que, dos
quase US$ 500 milhões exportados pelo agro do Ceará em 2024, cerca de um terço foi para os EUA.
“Os Estados Unidos são o terceiro maior
parceiro comercial do Brasil e, aqui [no Ceará], nós somos o primeiro”, frisou.
IMPORTAÇÕES
Em relação às importações, o Ceará registrou US$ 1,43 bilhão no acumulado de janeiro a
junho de 2025. Uma média praticamente estável em relação
ao mesmo período de 2024 (queda de 1,4%).
Em junho, as compras externas somaram US$ 211,20 milhões, uma redução de 12% em relação a
maio e 11,1% frente a junho do ano anterior. Os principais
segmentos importados foram combustíveis minerais (US$ 351,47 milhões), ferro e
aço (US$ 187,85 milhões) e produtos químicos orgânicos (US$ 157,22 milhões),
com destaque para o crescimento expressivo dos químicos orgânicos (+100,6%) e
adubos (+53,0%).
Parceiros
Entre os principais países fornecedores, a China manteve a liderança com 34,2% de participação,
apesar de uma queda anual de 14,2%.
Outros parceiros, como Japão (+232,7%), Indonésia (+268,4%), Índia (+67,7%),
Uruguai (+47,0%) e Rússia também registraram avanços
importantes. Os dados apontam para uma diversificação geográfica das
importações cearenses.
(Ezequiel
Vieira / Opinião CE)