Ceará cria o primeiro auxílio econômico do Brasil para mulheres vítimas de violência empreenderem

O Ceará é o primeiro estado do Brasil a implementar uma política de transferência direta de renda, no valor de R$ 2 mil, destinada a mulheres vítimas de violência doméstica, para que elas possam empreender e conquistar autonomia financeira.

Embora existam outras iniciativas voltadas a esse público em nível nacional, como programas de aluguel social, microcrédito e capacitação profissional, nenhuma delas prevê o repasse direto do recurso às beneficiárias para uso exclusivo na criação ou fortalecimento de pequenos negócios.

O projeto teve início em novembro de 2024 e, atualmente, atende 263 mulheres nas cidades de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Maranguape, Itapipoca, Juazeiro do Norte, Crato, Iguatu, Quixadá e Sobral. As próximas turmas terão início em outubro deste ano, com a meta de alcançar mais 920 participantes.

O projeto é implementado pelo Programa Integrado de Prevenção e Redução da Violência (PReVio), uma iniciativa do Governo do Ceará voltada à prevenção da violência em territórios vulneráveis.

O programa é financiado por meio de um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor total de R$ 325 milhões, dos quais R$ 65 milhões são oriundas do Tesouro Estadual.

Como funciona o benefício

O projeto tem duração total de 10 meses para as beneficiárias, divididos em três fases. Abaixo, entenda cada etapa.

Fase 1 – Acolhimento emocional e empoderamento pessoal (3 meses):

- As participantes recebem acompanhamento emocional e participam de atividades voltadas ao fortalecimento pessoal;

- Durante esse período, cada uma recebe uma bolsa mensal de R$ 400, condicionada à frequência nas atividades.

Fase 2 – Empoderamento econômico (4 meses):

- As mulheres aprendem a desenvolver seus planos de negócios com foco na viabilidade e sustentabilidade das ideias;

- Durante os quatro meses dessa etapa, a bolsa mensal de R$ 400 continua sendo paga, também condicionada à frequência nas atividades;

- Ao final da fase, ao entregarem o plano completo, cada participante recebe um auxílio de R$ 2.000, o capital semente, um repasse direto para apoiar o início dos empreendimentos.

Fase 3 – Suporte técnico e acompanhamento (3 meses):

- As participantes contam com mentorias e orientação técnica contínua, com foco na gestão e aplicação adequada do capital semente;

- Esse período é dedicado ao esclarecimento de dúvidas e ao fortalecimento dos negócios iniciados;

- Nesta fase, não há pagamento da bolsa mensal.

Critérios para participar do programa

As beneficiárias são selecionadas a partir de encaminhamentos realizados pelas unidades da Casa da Mulher Brasileira e da Casa da Mulher Cearense. Antes da admissão no programa, é realizada uma avaliação técnica para verificar se a candidata possui perfil e condições para desenvolver um negócio.

Em muitos casos, as mulheres já têm uma ideia empreendedora ou até mesmo vendem algum produto, e o programa atua no aperfeiçoamento dessas iniciativas.

Há equipes técnicas distribuídas nos 10 territórios priorizados pelo PReVio, responsáveis por identificar e acompanhar as participantes ao longo do processo.

(Bruna Damasceno / SVM)

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