No sábado
(05/07), durante a 17ª Cúpula do BRICS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
realizou uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro da China, Li Qiang. Os
dois líderes destacaram o excelente momento das relações bilaterais e a
intensificação de projetos na área de ciência e tecnologia, como o satélite
CBERS-5, desenvolvido no país pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE).
O CBERS-5
representa um avanço significativo no Programa China-Brazil Earth Resources
Satellite (CBERS), iniciado em 1988, marcando a primeira incursão da parceria
em satélites geoestacionários.
“Esse será o
primeiro satélite geoestacionário desenvolvido pelo Brasil, que entrará em um
grupo seleto de menos de 10 países desenvolvedores dessa tecnologia, e representa
um enorme salto tecnológico na parceria CBERS”, comemorou Luciana Santos,
ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que acompanhou a reunião na
cidade do Rio de Janeiro.
Posicionado
sobre o território brasileiro, o CBERS-5 será um satélite meteorológico e
ambiental. Diferente de seus antecessores, que eram satélites de órbita baixa
para observação da Terra, o CBERS-5 trará uma capacidade sem precedentes para o
Brasil. Com ele, o país alcançará a soberania de dados espaciais nas áreas
meteorológica e ambiental, garantindo maior precisão na previsão do tempo e do
clima. O CBERS-5 também será o primeiro satélite da série a contar com
instrumentos voltados ao monitoramento do clima espacial.
Os benefícios
para o Brasil são claros e abrangentes, impactando diretamente setores vitais
como geração de energia, agronegócio, urbanização e resiliência das cidades.
Além disso, o país estará mais bem preparado para identificar e responder a
desastres naturais extremos, como secas e tempestades, eventos cada vez mais
frequentes com o avanço das mudanças climáticas e o aquecimento global.
“Estamos vendo
que parceiros tradicionais estão, cada vez mais, reduzindo investimentos nas
tecnologias climáticas por uma questão ideológica. O CBERS-5 busca suprir os
dados espaciais ambientais do continente, cujo fornecimento pode ser
interrompido no futuro próximo”, destacou a ministra.
A China também
colherá grandes frutos com o CBERS-5. O acesso a dados do Hemisfério Ocidental
permitirá avanços qualitativos em sua modelagem climática, fortalecendo suas
capacidades de previsão e pesquisa.
Pela primeira
vez, a parceria estipula formalmente a transferência de tecnologia e
conhecimento como uma ferramenta para o desenvolvimento conjunto. Essa
abordagem reforça o compromisso mútuo com o aprendizado e o crescimento
tecnológico. Adicionalmente, os dados do CBERS-5 serão distribuídos
gratuitamente para países da América Latina e do Caribe, sublinhando o caráter
colaborativo e de compartilhamento de conhecimento do projeto.
(Com
informações da ASCOM MCTI)