Tarifaço de Trump: Governo do Ceará estuda usar produtos locais em programas sociais e equipamentos públicos

O governador do Ceará afirmou que estuda comprar mercadorias dos produtores cearenses, principalmente perecíveis, como peixes e frutas, para serem usadas em programas sociais e equipamentos públicos do estado. Essa seria uma das medidas tomadas devido ao tarifaço dos Estados Unidos, que afeta principalmente o Ceará.

O governador fez um pronunciamento na tarde desta quinta-feira (31) e enfatizou ações que serão realizadas no estado para frear possíveis prejuízos com as novas tarifas, que iniciam no dia 6 de agosto. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou os produtos brasileiros que serão isentos e os que serão taxados em 50%.

"Farei o que estiver ao meu alcance para que nossos produtores e nossa economia não sofram tantas consequências. Estamos estudando a compra de mercadorias para serem usadas em programas sociais e equipamentos públicos do Estado, além de medidas econômicas que possam ajudar as empresas, mas mantendo o equilíbrio fiscal, que é prioridade absoluta", anunciou Elmano.

Como as tarifas funcionam?

Essencialmente, a taxação extra é aplicada diretamente no preço do produto vendido. Assim, o comprador americano, que antes adquiria um item, por exemplo, por US$ 100, passaria a pagar US$ 150.

O produto taxado perde competitividade, o que pode fazer o importador americano deixar de comprar do Ceará, e as indústrias cearenses deixariam de vender para seu principal mercado.

O governador também determinou reuniões individuais com os setores cearenses mais atingidos pelo tarifaço, como o de pescados, castanha de caju, água de coco, cera de carnaúba, couros e calçados.

"Também mantive contato com as superintendências da Receita Federal e do Ibama no Ceará, bem como do nosso Porto, para uma união de forças que possibilite a agilidade no desembaraço do envio de mercadorias para os Estados Unidos, antes do início da cobrança das novas tarifas no próximo dia 6. Além disso, temos reunião marcada com o Consulado da China, na busca pelo fortalecimento de novos mercados"

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira (30) os produtos brasileiros que serão isentos e os que serão taxados em 50% a partir do dia 6 de agosto. Os produtos de siderurgia, principal item de exportação cearense, serão poupados das taxas; enquanto o setor de pescados, um dos mais dependentes dos EUA, será taxado.

Em 2024, os pescados foram o segundo principal produto de exportação do Ceará para os Estados Unidos, logo atrás do aço. Ao todo, o estado exportou US$ 54 milhões em pescado, dos quais US$ 52 milhões foram para os americanos. Nos últimos anos, o estado se tornou o principal exportador de pescados do Brasil.

A despeito da China ser o principal parceiro comercial do Brasil, os EUA são o principal parceiro comercial do Ceará. O estado vende para lá, sobretudo, produtos de aço (siderurgia), pescados, sucos, castanha e pás eólicas. Em 2024, 44,9% de todas as exportações cearenses foram para os EUA. De janeiro a junho de 2025, 51% das exportações cearenses foram para os americanos.

(Redação g1 CE)

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem