A conta de luz dos brasileiros
deve ficar mais cara em 2025. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
anunciou nesta segunda-feira (11) que elevou a projeção de reajuste médio das
tarifas de energia de 3,5% para 6,3% para o próximo ano. O índice revisado está
acima das expectativas de inflação divulgadas pelo Banco Central, que projeta
alta de 5,05% para 2025, segundo o Boletim Focus.
O principal motivo para o aumento
no reajuste é a expansão do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético
(CDE), um fundo setorial que financia políticas públicas no setor elétrico,
como subsídios para irrigação, incentivo à geração de energia renovável e
programas de universalização do serviço. Para 2025, a Aneel aprovou um
orçamento de R$ 49,2 bilhões para a CDE, valor R$ 8,6 bilhões maior do que o
previsto inicialmente pela área técnica.
Deste montante, R$ 46,8 bilhões
deverão ser repassados diretamente aos consumidores por meio das tarifas, o que
pesa no bolso dos usuários. Parte do aumento no orçamento da CDE está
relacionada a uma devolução menor do que o esperado de créditos tributários do
PIS/Cofins, que foram cobrados indevidamente pelas distribuidoras de energia no
passado.
Além dos encargos setoriais, o
cenário hidrológico desfavorável também contribui para o aumento no custo da
energia. A Aneel estima que as chamadas bandeiras tarifárias — que indicam custo
extra na conta de luz de acordo com a disponibilidade hídrica — devem
permanecer acionadas até o fim do período seco, previsto para novembro.
Atualmente, vigora a bandeira vermelha no patamar 2, a mais cara, que
acrescenta R$ 9,79 a cada 100 kWh consumidos.
A expectativa é que as tarifas só
voltem ao patamar da bandeira verde em dezembro, com a chegada do período úmido
e a recuperação dos reservatórios.
(Gazeta Brasil)