A
amamentação vai muito além de nutrir o bebê — é um gesto de afeto, conexão e
saúde. No “Agosto Dourado”, campanha dedicada a reforçar a importância do
aleitamento materno, especialistas lembram que, além de garantir nutrientes
essenciais e proteção imunológica ao recém-nascido, o ato também fortalece o
vínculo entre mãe e filho. Durante esse processo, hormônios como a ocitocina
são liberados, intensificando a ligação emocional e contribuindo para o
bem-estar da mãe, inclusive em sua recuperação pós-parto.
Em
entrevista a consultora materno-infantil Eliana Dias, especialista em sono do
bebê, reforça que a natureza criou o leite materno especificamente para o ser
humano, por isso, ele é o alimento mais completo para o bebê. “A amamentação é
a única fonte de alimentação indicada até os seis meses da criança e, mesmo
após a introdução alimentar, ela pode continuar até os dois anos”, destaca.
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite materno é rico em
nutrientes essenciais e anticorpos que ajudam a proteger o bebê contra
infecções e doenças. O Ministério da Saúde também reforça essas diretrizes e
recomendações, visando incentivar e apoiar a amamentação e atingir a meta
estipulada pela OMS: Ter, até 2025, 50% das crianças brasileiras com menos de 6
meses alimentadas exclusivamente com leite materno. Atualmente, essa taxa está
em 46%.
Para
além dos benefícios físicos, Eliana ainda aponta que o ato de amamentar pode
promover um vínculo especial entre a mãe e o bebê, criando momentos de
proximidade e interação importantes para o bem-estar emocional e social da
criança. “É essencial para o bebê ter a presença da mãe ali, perto, do jeitinho
que era quando ele estava na barriga. Esse momento fornece um contato físico
próximo e reconfortante, o que pode ajudar a acalmá-lo e fazer com que ele se
sinta seguro, facilitando o adormecimento”, salienta.
A
consultora materno-infantil explica que a amamentação também impacta a
qualidade do sono da mãe, especialmente nos primeiros meses de vida do pequeno.
“A amamentação cria um paradoxo interessante no sono materno. Por um lado, os
hormônios da lactação – prolactina e ocitocina – são verdadeiros aliados do
sono, ajudando a mãe a relaxar e adormecer mais rapidamente após cada mamada.
Porém, a necessidade de amamentar a cada 1 hora e meia a 3 horas fragmenta
significativamente o sono nos primeiros meses”, realça.
“A
hidratação é inegociável”
A
amamentação durante a madrugada é um desafio para muitas mães. Desta forma,
algumas práticas são aliadas no processo de aleitamento ao longo da noite.
“Sobre a manutenção da produção de leite durante a madrugada, sou categórica: a
hidratação é inegociável. Tenho pacientes que colocam garrafas d’água em cada
cômodo da casa. E nunca pule mamadas noturnas nas primeiras 6, 8 semanas – é
nesse período que estabelecemos a produção”, diz.
“Outra
estratégia que funciona muito bem é o que chamo de ‘turno da madrugada
compartilhado’: o parceiro assume as trocas de fralda e o processo de fazer o
bebê arrotar, enquanto a mãe se concentra apenas na amamentação. Esses 10-15
minutos extras de descanso fazem toda a diferença”, finaliza.
(Portal
LeoDias)
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Amamentação contribui para a recuperação pós-parto Pexels |