O grupo insurgente ADF, com ligações ao grupo
Estado Islâmico, invadiu a igreja localizada na cidade de Komanda, na província
de Ituri, no nordeste do país, na noite de sábado para domingo (27.07),
enquanto os fiéis se reuniam para a oração.
A maioria das vítimas eram fiéis católicos
reunidos numa paróquia, de acordo com as Forças Armadas do país. Entre os
mortos estavam 19 mulheres, 15 homens e nove crianças, segundo a Missão
de Estabilização das Nações Unidas para a República Democrática do Congo (MONUSCO).
"Várias pessoas foram raptadas. Casas e
lojas também foram incendiadas, agravando uma situação humanitária já
extremamente preocupante", afirmou a MONUSCO, num comunicado divulgado no
domingo.
"Estes ataques dirigidos contra civis
indefesos, especialmente em locais de culto, não são apenas repugnantes, mas
também violam todos os padrões de direitos humanos e do direito internacional
humanitário", disse Vivian van de Perre, representante especial adjunta do
secretário-seral da ONU na República Democrática do Congo e chefe interina da
MONUSCO.
Exército do Congo
denuncia ataque
O ataque de domingo marcou o fim de um
período de calma de vários meses na região de Ituri, na fronteira com o Uganda.
Em fevereiro, 23 pessoas morreram num ataque
do grupo ADF no território de Mambasa.
O exército congolês condenou o que descreveu
como um "massacre em grande escala" e afirmou que a ADF decidiu
"vingar-se de populações pacíficas indefesas para espalhar o terror".
O leste da RDC é considerado uma das regiões
mais perigosas do mundo. Estima-se que cerca de 130 grupos armados diferentes
estejam ativos em todo o país, muitos dos quais centrados no controlo das
vastas e valiosas reservas de recursos naturais da região, como coltan, cobalto,
ouro e diamantes.
As hostilidades no início deste ano entre as
forças congolesas e o grupo rebelde M23 terminaram com um cessar-fogo em 19 de julho.