O Serviço Geológico do Brasil (SGB)
identificou, por meio de um estudo, fontes
de urânio na Bacia do Parnaíba, entre o Ceará e o Piauí. Conforme o
levantamento, aliás, foram identificadas 39 novas ocorrências minerais ricas em elementos terras raras (ETRs) na
borda oriental da Bacia, no Piauí.
A descoberta foi divulgada nesta
segunda-feira (28), no dia em que o presidente Lula (PT) anunciou que o Governo
Federal vai criar uma comissão para mapear os minerais críticos brasileiros.
A fala do chefe do Executivo ocorre após os Estados Unidos demonstrarem
interesse nos minerais brasileiros.
De acordo com o SGB, os dados indicam que a
região pode abrigar um grande potencial para os minerais críticos e
estratégicos, considerados essenciais para a transição
energética e o avanço tecnológico global.
As concentrações de urânio encontradas são de
até 1.270 partes por milhão, quantidade muito
acima da média dos principais depósitos mundiais, como os
explorados nos Estados Unidos, Austrália e norte da África.
A pesquisa abrangeu áreas nas formações
Itaim, Pimenteira e Longá, com cerca de 400 milhões de anos. Nelas, foram
identificadas concentrações recordes de elementos estratégicos, com grandes
níveis de fósforo (16%) e elementos terras raras (com até 2,3%).
Os índices das amostras examinadas colocam a
Bacia do Parnaíba entre as mais ricas do mundo.
Existe uma crescente demanda global por elementos terras raras, usados na fabricação
de turbinas eólicas, baterias e veículos elétricos.
De acordo com projeções usadas pelo
Ministério de Minas e Energia, até 2050, a demanda mundial por terras raras
deve aumentar até 10 vezes.
A possível extração em solo brasileiro
reduziria a dependência de fontes internacionais, como a China, que controla a
maior parte da oferta mundial desses minerais. O SGB, entretanto, ressalta a
necessidade de estudos em escala mais detalhada sobre o volume e a viabilidade
desses depósitos.
(opiniaoce)