O
julgamento pela morte do craque Diego Maradona na Argentina foi suspenso nesta
terça-feira por uma semana, depois que as partes questionaram uma das juízas
por supostamente ter participado de um documentário sobre o caso. A suspensão
temporária do julgamento, que começou no início de março em San Isidro, em
Buenos Aires, foi solicitada pelo promotor Patricio Ferrari “para resolver uma
questão que aparece trazendo gravidade institucional”.
O
pedido de suspensão, que pode derivar inclusive na anulação do julgamento atual, tem a ver com a suposta entrada de
câmeras nas audiências. Desde a segunda audiência está proibido filmar, por
isso a Promotoria deve agora investigar se essa regra foi violada e se a juíza
Julieta Makintach tem alguma conexão com a suposta violação. Na audiência desta
terça também foram apresentados dois pedidos de impedimento contra Makintach:
um por suposta conivência com os documentaristas e outro por parcialidade.
Ambos
os recursos serão respondidos pelo tribunal dentro de uma semana. “Tenho
certeza da minha imparcialidade, darei as explicações sobre o caso”, afirmou
Makintach ao final da sessão. Os recursos foram apresentados pelas defesas de
dois dos sete profissionais de saúde que estão sendo julgados por homicídio com dolo eventual, acusação que implica que
tinham consciência de que suas ações poderiam causar a morte do paciente.
Se
fossem considerados culpados, os réus poderão ser condenados a penas de oito a
25 anos de prisão. Uma oitava enfermeira será processada em um julgamento
separado. Todos alegam inocência. Considerado um dos maiores jogadores da
história, Maradona faleceu no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, devido a
um edema pulmonar enquanto recebia atendimento médico em casa após uma cirurgia
neurológica pela qual havia passado duas semanas antes.
(Correio
do Povo)