O primeiro trimestre de 2025 teve registros acima da média de
chuvas no Ceará, fazendo com que os açudes do estado passassem a registrar
números maiores neste início de ano. O acumulado de 524 milímetros superou
o esperado para o período, que é de 427,6 milímetros.
Esse resultado foi impulsionado principalmente pelas precipitações
na região norte do estado. Como consequência, os reservatórios cearenses
chegaram a alcançar 51,34% da capacidade total.
O litoral cearense destaca-se com 99% de capacidade, seguido pelas
bacias do Coreaú, com 95,6%, e Acaraú, com 87,5%. Já o reservatório do Salgado
também registra bom patamar, com 62,6%. No entanto, em outras partes do estado,
a situação é diferente: o Banabuiú conta com apenas 36,6% da capacidade. Na
região do Médio Jaguaribe, o índice é ainda menor, de 29,4%; e o Sertão de
Crateús, em situação crítica, está com apenas 21,4% de água armazenada.
Entre os grandes reservatórios, o Castanhão opera com 28,82% da
capacidade, enquanto o Orós apresenta um cenário mais confortável, com 75,63%.
Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), os reservatórios alcançam 84,16%.
Apesar do início de ano promissor, a distribuição desigual das
chuvas e o histórico de longos períodos de seca no Ceará exigem atenção
constante para o uso consciente da água.
O secretário executivo da Secretaria de Recursos Hídricos do
Estado do Ceará (SRH), José Ailton Brasil, projeta que a capacidade dos
reservatórios deve ultrapassar os 60% ao longo do ano, garantindo o
abastecimento humano, irrigação e suprimento para indústrias.
O diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de
Quixeramobim, Ronilson Rodrigues, destaca a importância de garantir reservas
hídricas para tempos de seca, especialmente com a implementação de melhorias no
açude Fogareiro, que agora opera com mais de 70% da capacidade. “Se colocar uma
comporta de dois metros, ele quase dobra a capacidade, ele pode chegar a 196
milhões de metros cúbicos. E aí, nos garante, no tempo de seca, uma qualidade e
uma quantidade de água a mais para fortalecer o abastecimento.”
